Série Especial
3
Frequência
Máquina de Inscrever é uma proposta transdisciplinar. É um programa de rádio que também é um processo artístico-poético-criativo em movimento e sua produção está conceitualmente afinada e afiada pela consciência da possibilidade de exploração da inesgotável riqueza criativa presente nos fluxos e nas sutilezas que as sincronicidades constantemente nos propõem.
Valorizamos os encontros e a potência que se manifesta a partir deles. Percebemos e acreditamos que o contato entre universos de pesquisa focado na construção de linguagens, impulsiona a articulação de parcerias que ampliam horizontes de criação.
Série especial Frequência 3
Frequência 3 é uma collab internacional entre as artistas Paloma Klisys e Cíntia Molter. Trata-se de uma proposta translinguagens de produção de conteúdos híbridos que misturam arte sonora (rádio arte), fotografia, cinema, vídeo arte, poesia e performatividade ao vivo.
Somamos a isto o uso do número 3 em referência a primeira,
segunda e terceira pessoa e ao modo como as relações humanas
se estabelecem. A partir da primeira pessoa acessamos o outro
(segunda pessoa) e somos inevitavelmente levados a entrar em
contato com o coletivo (terceira pessoa do plural), o nós.
Ao número 3 foram atribuídos muitos significados místicos
e mágicos em diferentes culturas ao longo da história da
humanidade e jogar com isso é algo que interessa para alimentar
de modo poético o processo criativo.
A proposta é um work in progress que contempla a produção
de três podcasts (rádio arte) ao longo do ano de 2023 abertos
à colaboração de artistas e pesquisadores brasileiros, cubanos
e latino-americanos podendo vir a incluir a participação de
colaboradores atuantes em outros territórios.
A polifonia, a multiplicidade de olhares subjetivos em relação ao
mundo, a diversidade de modos de ser, de sentir, de pensar, de
existir, de produzir arte e conhecimento são as principais fontes
de matéria prima para a realização deste processo artístico/poético
que já está em andamento.
Frequência 3 é uma pesquisa/investigação antropófaga que opera como uma base de lançamento de provocações/proposições poéticas e reflexivas com o objetivo de criar possibilidades de intercâmbio cultural, interação e criação artística.
Nos interessam modos de comunicar que ultrapassam o discurso puramente formal e racional e que propõem uma escuta fora do convencional.
É justamente a partir da provocação, da escuta e da abertura às ressonâncias do “fora”, que se dará a execução de ações no sentido de provocar novas conexões com o objetivo de gerar conteúdos artísticos/poéticos/reflexivos, difundir discussões relacionadas a comportamento, produção de subjetividade, desafios da contemporaneidade, intercâmbio e produção cultural, filosofia, política, ativismo, tecnologias e educação.
O principal objetivo é trabalhar artisticamente com variadas camadas discursivas de modo a direcionar a produção de conteúdo transmídias/translinguagens através do contato/contágio com o universo de pesquisa de outros artistas,colaboradores, pesquisadores a serem ativados ao longo do processo criativo.
FREQUÊNCIA 3
{[( Tópos, Kósmos, Kairós )]}
A palavra frequência sugere o desejo de entrar e estar em sintonia, sobretudo por isso a escolhemos.
O conceito de radiofrequência serve para designar as frequências do espectro electromagnético utilizadas nas radiocomunicações. As ondas de radiofrequência são muito presentes em nosso cotidiano em transmissões de áudio, televisão, internet,etc. A radiofrequência compreende o espectro electromagnético que abarca desde os 3 kilohertz aos 300 gigahertz.
Para embasar o modus operandi e o foco da produção dos conteúdos relacionados a esta proposta, optamos por articular o uso da palavra frequência com outros três conceitos que nos auxiliam a evidenciar características que determinarão a linha editorial e propositiva desta série especial.
Tópos - do grego tópos, “lugar”. O conceito permite explicitarmos que para nós, é essencial o reconhecimento das especificidades de cada território. A partir da palavra tópos podemos jogar também com o conceito de utopia que por sua vez vem de u-topos, que quer dizer “sem lugar”. Modestamente nos propomos a operar como um espaço de exercício de liberdade, um espaço onde seja possível fabular utopias.
Kósmos - o conjunto de tudo o que existe do microcosmo ao macrocosmo, das estrelas até as partículas subatômicas. Do grego - Kósmos que também significa beleza, ordem, organização, harmonia.
Kairós - é o tempo não-linear. O conceito de Kairós nos provoca a exercitar uma percepção mais ampla em relação a passagem do tempo, indo além da leitura do tempo como tempo puramente cronológico.
A noção da passagem linear do tempo articulada ao conceito de Kairós nos provoca a lidar com o fator tempo de modo a darmos atenção especial aos ciclos e ao tempo das intensidades.
Uma das leituras possíveis do termo Kairós é tempo oportuno, aquilo que torna algo especial, memorável, não necessariamente em termos quantitativos e sim em relação ao significado atribuído aos acontecimentos.
Ao utilizarmos os três conceitos descritos acima destacamos e reafirmamos o desejo e o objetivo de experimentarmos uma profunda liberdade de criação com olhares especialmente atentos às singularidades.
Tópos, Kósmos, Cairós, primeira, segunda e terceira pessoa.
Há coisas que percebemos o sentido e coisas para as quais doamos sentido. Seguimos no movimento de articular sentidos e os tornar visíveis para os outros para que estes continuem doando novos sentidos às coisas, à vida, aos encontros...
Lugares {[Tópos]} Conexões
Primeira, Segunda e Terceira Pessoa
Como fazer a conexão entre lugares e pessoas?
Como evidenciar as conexões entre os lugares e provocar conexões entre pessoas?
temporalidades, geografias, espaços, idiomas, linguagens
Frequência 3 prevê a realização de experimentos e provocações criativas entre artistas e colaboradores que transitam pelos mais diversos campos do conhecimento com o objetivo de provocar novas conexões que possam gerar conteúdos artísticos.
Conexões singulares e jogos coletivos com possibilidades criativas
Conexiones singulares y juegos colectivos con posibilidades de creación
multi_versos_paralelos
Paloma Klisys e Cíntia Molter >
Duas investigadoras antropófagas em processo de contaminação/criação translinguagens...
Cíntia foi estudar fotografia com especialização em cinema em San Antônio de los Banos e levou na bagagem um gravador digital e um HD externo para armazenar arquivos. A artista passará os próximos três anos em Cuba. Por lá está em imersão na EICTV com estudantes de diversos lugares do mundo.
Paloma está atualmente em São Paulo e em contato com uma rede de colaboradores da Máquina de Inscrever ativos em diversos territórios. Paralelamente a isto a artista desenvolve um processo criativo de re-conexão ancestral com a Galiza que envolve a comunidade de países de Língua Portuguesa com foco em literatura, poesia contemporânea e produção audiovisual.
Em suas derivas Cíntia estará munida de equipamento de gravação de áudio e também realizará registros em vídeos e imagens utilizando equipamentos digitais e analógicos.
multiversos paralelos que se interconectam
A princípio Cíntia e Paloma não sabiam quais seriam exatamente as condições de comunicação com Cíntia em Cuba, onde o acesso a internet funciona de modo peculiar. Antes de Cíntia chegar a Cuba, não era possível saber se, de fato, seria ou não possível manter uma interlocução mais constante e por isso, haviam definido um modo de operacionalizar considerando algumas limitações.
Passa que a conexão está fluindo mesmo não sendo barata e trazendo a necessidade de lidar com alguns “macetes” para economia e otimização de uso de dados. A possibilidade de diálogo mais constante fez com que Cíntia e Paloma alterassem o cronograma de realização desta série especial, que será composta por três programas ao longo do ano de 2023, 2024 e 2025, totalizando 9 episódios com uma hora de duração cada um.
Ouça o 1º Programa da série
Os programas da série estão disponíveis no YouTube (com legendas) e nas principais plataformas agregadoras de podcasts.
Encontros experimentais para escuta coletiva
Para o lançamento de cada episódio a ideia é promover a realização de “Encontros Experimentais de Escuta Coletiva”, conectando diversas plataformas (Discord, Twitter, YouTube, Instagram e Voxels)
A proposta é que depois de cada sessão de escuta, os ouvintes possam participar de uma conversa a partir dos afetos e reflexões gerados pelos conteúdos abordados em cada episódio.
Frequência 3
na Web 3
Para aqueles que não estão familiarizados com o termo, a Web 3 é uma evolução da Internet que busca descentralizar o controle e a propriedade dos dados, permitindo que as pessoas tenham mais controle sobre suas informações pessoais e suas interações online.
É também conhecida como a “Internet descentralizada”.
A arte sempre foi um meio de expressão e comunicação, e a Web 3 oferece novas possibilidades para os artistas explorarem e interagirem com seu público, ampliando as alternativas para que os artistas possam criar, exibir e vender seus trabalhos.
As plataformas de arte descentralizadas permitem que os artistas exibam e vendam seu trabalho sem a necessidade de intermediários. Algumas dessas plataformas usam tecnologia blockchain para garantir a autenticidade e a propriedade das obras de arte. A Web 3 está mudando a forma como os artistas colaboram e criam em conjunto, permitindo que eles trabalhem juntos em projetos em tempo real, independentemente de sua localização geográfica.
Além disso, a Web 3 está mudando a forma como os artistas são pagos por seu trabalho, permitindo que eles recebam pagamentos instantâneos e seguros por meio de criptomoedas.
Com o objetivo de explorar a interseção entre a arte e a tecnologia emergente conhecida como Web 3, três coleções anuais compostas por peças sonoras e visuais produzidas como parte desse processo artístico, serão colocadas a venda para ampliar as possibilidades de sustentabilidade dessa proposta.
Frequência 3 - ao vivo
Após a publicação de cada um dos episódios previstos na série especial “Frequência 3” e com a finalidade de apresentar mais uma forma de expressão artística do conteúdo gerado ao longo deste processo artístico/poético, as artistas apresentam uma versão audiovisual a ser apresentada ao vivo com conteúdos que integram o repertório audiovisual de acordo com a linha editorial de cada um dos programas, fragmentos de imagens de Cuba e parte da produção de imagens digitais e analógicas de Cíntia Molter como foto performer.
Uma apresentação ao vivo com manipulação de sons e imagens em tempo real pode ser uma experiência incrível e envolvente para o público. Existem várias maneiras de realizar apresentações nesse formato, e no caso do "Frequência 3" isso envolve o uso de software de manipulação de áudio e vídeo em conjunto com hardware como controladores MIDI, mesas de som e dispositivos de projeção.
A manipulação de som em tempo real pode incluir a gravação e reprodução de sons ao vivo, a aplicação de efeitos sonoros em tempo real e a criação de novos sons a partir de amostras e gravações existentes.
A performance em tempo real inclui a exibição de imagens, vídeos e animações, bem como a aplicação de efeitos visuais e a criação de novas imagens a partir de fontes existentes.
As projeções que compõem este trabalho podem vir a ser mapeadas nos mais diversos espaços urbanos e também em espaços imersivos em equipamentos culturais que vierem a acolher esta proposta.
O processo de feitura, de confecção, a ação de darmos existência e formas a este processo artístico funciona numa perspectiva que integra características que constituem uma base sólida e ao mesmo tempo flutuante, nômade para saltos quânticos que envolvem não somente a dupla de artístas mas também muitas vozes vindas de lugares diferentes, ouvintes e pesquisadores que queiram se aproximar deste campo de investigações e experimentos.
A série especial “Frequência 3” é um processo artístico:
TECNO-ANALÓGICO-ANCESTROFUTURISTA
INTERDEPENDENTE <> TRANSDISCIPLINAR
TRANSLINGUAGENS
SINGULAR <> COLETIVO <> COLABORATIVO
TRANSGERACIONAL
TRANSFRONTEIRAS
Frequencia 3 é um mergulho, uma investigação antropófaga
aberta a intervenção de artistas e pesquisadores latinoamericanos, caribenhos e de outros territórios
Frequência 3 é um processo artístico/poético, um ato de desobediência, uma insubserviência
artística frente ao bloqueo e para além
Clique no ícone para acessar o PDF com a síntese da proposta. Para informações mais detalhadas sobre cronograma, orçamento e necessidades técnicas, entre em contato por email: contacto.frecuencia3@gmail.com
Conectores / vetores
A série especial – Frequência 3 como dito anteriormente é uma collab entre Paloma Klisys e a multiartista Cíntia Molter. Paloma e Cíntia se encontraram na rua, território muito prezado por ambas as artistas como espaço de interação com público aleatório e, através de uma sequência de acontecimentos que envolveram o próprio Máquina de Inscrever, movimentos de poesia de rua, teatro e cinema.
Paloma vem dedicando-se nas últimas duas décadas ao desenvolvimento de projetos e processos criativos translinguagens nos quais explora intercessões possíveis entre a performance/interferência urbana, o audiovisual e a palavra falada e escrita.
Cíntia Molter formou-sna escola de cinema de Buenos Aires, integrou o corpo de alunos da Universidade Antropófaga do Teatro Oficina e vem desenvolvendo trabalhos e processos criativos com foco em fotografia analógica, curta metragens e agora em imersão na EICTV, uma das mais respeitadas escolas de cinema do mundo.
A ambas interessa trabalhar no fortalecimento das relações culturais entre os povos latino-americanos, do Caribe e no eixo da Lusofonia.
Nos meses que antecederam as eleições, o Brasil enfrentou um processo conturbado de tentativas de desestabilização da normalidade democrática e a dupla simultaneamente flagrou-se num cenário mundial extremamente complexo, no entanto com um enorme potencial de articulação e invenção.
Dentre tantas e outras ondas, Frequencia 3 é uma proposta de buscar sintonia com e entre múltiplos territórios. A proposta ganhou corpo a partir de frequências que circulam pela vasta trama de um tecido social permeado por processos históricos e sua idealização teve a ver com uma série de acasos e conexões em níveis micro e macro que culminaram até o momento, na emigração de Cíntia para ir estudar cinema na ilha de Cuba, país que apresenta-se como um ponto absolutamente singular, digno de nota e de pouso, um “caminho no caminho” que compõe a imensa colcha de retalhos de uma cartografia afetiva de re-conexão ancestral com a Galiza que outrora Paloma colocara em curso.
Contudo, vale pontuar que as conexões entre as duas artistas não se limitam a estes três territórios (BR/Cuba/Galiza) podendo naturalmente expandirem-se de modo completamente inusitado conforme os processos de pesquisa e produção avançarem no contato com outros artistas e pesquisadores espalhados pelo mundo.
Frequência 3 é um processo criativo realizado de modo interdependente.
Estamos no processo de articulação de parcerias institucionais mas neste momento todo apoio financeiro é bem vindo. Você pode fazer uma doação através do PayPal usando seu cartão de crédito ou débito.
Se você estiver no Brasil, também é possível doar através da Chave Pix: contacto.frequencia3@gmail.com
